Os momentos de grandes crises sociais, religiosas e morais, paradoxalmente, são geradores de grandes atos de fidelidade a Deus, à Igreja, à Pátria, à cidade. No futuro os olhos estarão voltados para aqueles que conseguiram reverter grandes adversidades de hoje. E delas nossos dias estão repletos. É hora dos que estão dispostos a fazer, dentro da lei, todo o possível para RESISTIR à presente degringolada. Como? Conscientizando e unindo aqueles que compartilham o mesmo pensamento e os mesmos princípios numa força de opinião inabalável e ativa.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Lembra-te, ò homem, que és pó!

 A Quaresma encerra em sua liturgia dois elementos primordiais. Primeiramente, os fiéis culpados devem reparar as suas faltas por meio da oração e da penitência. Em segundo lugar, este tempo litúrgico visa arrancar os fiéis das trevas do paganismo para a vida da graça, vivificando-os como filhos de Deus.
Enquanto o batismo nos transforma na vida divina, a penitência nos restaura essa mesma vida, perdida pelo pecado. Ao começar a Quaresma, a Igreja nos cobre de cinzas lembrando-nos que somos criaturas sujeitas ao sofrimento e à morte: “Lembra-te, ó homem, que tu és pó e em pó hás de tornar”. 
Ao ensinar sobre a Quaresma, no século V, São Leão Magno concita os cristãos a elevar seus pensamentos para os grandes mistérios de nossa redenção e, ao mesmo tempo, desapegar-se dos laivos que os prende a satanás e ao mundo. E Bento XIV, no século XVIII, acrescenta: a observância da Quaresma é o vínculo da nossa milícia.
Ao estabelecer um tempo tão santo e rico de significado como a Quaresma, a Igreja ensina a seus fiéis que eles devem se purificar de seus pecados por meio das boas obras como a oração, o jejum e a esmola. Mas de nada adiantarão jejuns, abstinências e esmolas se os corações permanecerem apegados ao pecado. 
Como um retiro espiritual, a Quaresma traz enorme bem para as almas. E a Igreja tem o método de como conduzir os fiéis a essa fonte inesgotável, em que todos beberão do coração chagado de Cristo, pela meditação, reflexão, oração, confissão e comunhão, como ainda pela vida de recolhimento que este tempo pede.  
Tal retiro termina com a confissão e comunhão no tempo da Páscoa, verdadeira transformação espiritual em que o cristão ressurge com Cristo para uma vida nova. Tais práticas exteriores, além de desenvolver o espírito de Cristo, nos unem a Ele nos sofrimentos, na oração e no jejum.
Nesse tempo a Igreja estabelece jejum e abstinência de carne na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira da Paixão. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo deu o exemplo de jejum e abstinência para começar sua vida pública, permanecendo durante quarenta dias no deserto em rigoroso jejum. 
Pela oração entendemos todos os atos de piedade, como freqüência à missa, comunhão, leitura de bons livros, meditação sobre a Paixão de Cristo e a Via Sacra – meditações acompanhadas de orações diante das catorze estações que representam os sofrimentos da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. 
A Via Sacra deve sua origem à Virgem Maria. Segundo a tradição, Ela – após o sepultamento e a ascensão de Jesus Cristo – percorreu muitas vezes o caminho feito pelo Seu divino filho até o Calvário. A Via Sacra é um dos meios mais eficazes para converter os pecadores e tornar os justos mais perfeitos.

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